Você sabe como é feita a identificação de crimes com biometria?
Nos dedos das mãos e dos pés existem pequenas ondulações compostas por “cristas” e “sulcos” que formam um padrão único denominado impressões digitais, as quais representam o mecanismo de identificação por biometria mais popular e difundido do mundo, até o momento.
A singularidade das impressões digitais permite com que elas sejam utilizadas de todas as formas, inclusive para verificação de antecedentes, segurança biométrica e, claro, em investigações criminais.
Biometria em investigações criminais
Um processo de investigação criminal é configurado como um conjunto de saberes e procedimentos interdisciplinares que interagem entre si com o intuito de identificar provas de um delito penal.
Dentre esses procedimentos, pode-se destacar a ciência forense, encarregada de dar o suporte científico necessário na resolução de crimes.
Nesta ciência, existe a química forense que nada mais é do que a aplicação de compostos químicos para ajudar na identificação, classificação e análise de impressões digitais invisíveis, encontradas em superfícies no local de um crime.
As impressões digitais podem ser encontradas em praticamente qualquer superfície sólida, incluindo o corpo humano.
Os analistas classificam as impressões digitais de acordo com o tipo de superfície em que se encontram e se são visíveis ou não, e as dividem em três categorias:
- Impressões tridimensionais: aquelas encontradas em superfícies macias como sabão, cera, tinta molhada, etc.;
- Patentes: são as impressões digitais visíveis;
- Latentes: são as digitais invisíveis, encontradas em superfícies duras.
Como identificar as impressões digitais?
As impressões latentes são formadas quando os óleos naturais do corpo e o suor da pele são depositados em outra superfície.
Essas impressões podem ser encontradas em uma variedade de superfícies; no entanto, por serem de difícil visualização, a detecção geralmente requer o uso de compostos químicos ou luz alternativa para detectar as impressões digitais.
Um dos métodos mais comuns para descobrir e coletar as impressões latentes é através de pó como, por exemplo, o granular preto, flocos de alumínio, etc. Caso haja alguma impressão digital no polvilhar de uma superfície, elas serão fotografadas e, em seguida, retiradas da superfície com fita adesiva transparente.
No entanto, o uso do pó pode contaminar as provas e comprometer o uso de outras técnicas para relevar uma latente. Dessa forma, os investigadores podem examinar a área com uma fonte de luz alternativa ou aplicar cianoacrilato antes de polvilhar.
A identificação de um criminoso a partir de uma latente em um cenário de crime é realizada por uma pessoa qualificada para tal atividade. Nesse sentido, peritos criminais, cientistas forenses ou técnicos no assunto podem realizar essa função e, para isso, é necessário muito treinamento e experiência.
Para examinar essas latentes, é necessário observar a qualidade e quantidade de informações a fim de encontrar similaridade ou não entre a impressão desconhecida, da cena do crime, e impressões conhecidas em arquivo.
Nesse processo, existem softwares que estabelecem um reconhecimento confiável entre as impressões parciais obtidas nas cenas do crime (latente) com as impressões digitais previamente registradas de um suspeito, presentes em um grande banco de dados.
Um dos mais conhecidos sistemas com a função de extrair as informações, pesquisar e comparar impressões digitais em um ou mais bancos de dados é o Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (IAFIS) do FBI.
Basicamente, em um sistema de reconhecimento de impressão digital, a imagem da latente é inserida para que seja realizada uma pesquisa da imagem coletada com as principais imagens de impressões digitais cadastradas em um banco de dados (pesquisa 1:N).
Ao finalizar a pesquisa, são apresentadas várias imagens encontradas com suas pontuações de comparação. Cabe ao perito criminal verificar e analisar cada imagem encontrada para identificar o suspeito.
Identificação de impressões digitais na Vsoft
Na Vsoft, dentro da linha de produtos do Certfy, existem ferramentas para suporte na investigação criminal com base em vestígios de imagens biométricas deixadas em cenas de crime (latentes) através da análise 1:N biométrica de alto desempenho.
O produto Certfy Certificação Criminal permite a edição de latentes de impressões digitais, pelo papiloscopista ou perito, para a realização de pesquisa 1:N na base de dados.
A pesquisa poderá ser realizada a partir da latente extraída em uma cena de crime, para localização/confirmação de suspeitos. As edições podem ser realizadas através de arquivos, captura do scanner ou de um sensor. Ao final, é possível emitir um prontuário da identificação realizada.
Quando a imagem de uma latente é inserida nas informações da impressão digital, ela é prontamente extraída pelo nosso algoritmo. Assim, o técnico pode editar as minúcias extraídas de acordo com seu conhecimento e experiência.
Para saber mais sobre a captura de digitais acesse o artigo:
A importância dos testes para garantir a qualidade na captura de impressão digital.
Feito isso, o sistema busca 1:N no banco de dados e traz uma lista de biometrias existentes que tem alguma similaridade com a latente adicionada. Ao selecionar uma impressão digital do banco, o especialista pode, então, realizar comparações mais aprofundadas.
Através da Certificação Criminal é possível identificar vários criminosos com a biometria. Atualmente o sistema é utilizado exclusivamente por especialistas criminais, seja por um papiloscopista e/ou perito criminal para resolução de crimes pelas polícias civis nos estados do Rio Grande do Norte e Alagoas.
Já pensou em ter o sistema confiado por policiais no seu desafio? Para saber mais, entre em contato com nossos especialistas.
Julião Medeiros
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