Pesquisa

É inquestionável a importância das impressoras no nosso cotidiano, desde sua utilização para imprimir documentos, imagens, notas fiscais, textos dos mais variados tipos, e até mesmo objetos 3D. Neste artigo, falaremos sobre as impressoras 3D e seus impactos e para isso, vamos começar conhecendo seu contexto histórico.

A primeira impressora surgiu em 1938, criada pelo físico Chester Carlson. Para a época isso foi uma revolução, pois o mais comum método de impressão até então era a tipografia por prensa, desenvolvida em 1450 por Gutenberg.

Ao longo dos anos, tanto a prensa de Gutenberg quanto as impressoras eletromecânicas em papel foram passando por evoluções significativas, tendo uma variedade infindável de tipos e materiais para realizar as impressões, como, por exemplo, impressoras de jato de tinta e impressoras que funcionam com laser, utilizando um pó químico, o chamado toner.

As primeiras impressoras eram lentas, tinham baixa qualidade de imagem e eram caras e complexas de se operar. Porém, hoje são tão normais e cotidianas que nem notamos o quão incrível é poder imprimir um comprovante em um caixa eletrônico, com excelente qualidade e em poucos segundos.

Impressora com carga de cera
(Fonte:
https://www.google.com/search)

Durante a crescente evolução da tecnológica, surgiram as impressoras 3D. Estas são impressoras que imprimem não em folhas de papel, mas sim utilizando materiais termoplásticos, polímeros, borrachas, e até mesmo materiais compostos como fibra de carbono e metais.

Essas novas impressoras estão revolucionando e facilitando de modo considerável a criação de projetos, uma vez que, em laboratórios de pesquisa, podemos desenhar e imprimir, por exemplo, caixas para condicionar circuitos e peças mecânicas para testes em protótipos de pequenos equipamentos eletromecânicos.

Impressora 3D mais comum e barata no mercado CREALITY Ender2 PRO
(Fonte:
https://www.crealitystore.com.br/impressao-3d)

A impressão 3D também surge como tecnologia do universo maker, onde qualquer pessoa pode analisar os projetos desenvolvidos nestas impressoras e, através de comunidades e fóruns online, podem propor melhorias e assim, acelerar o desenvolvimento da tecnologia de forma muito mais rápida e difundida.

E nós da Vsoft não ficamos de fora dessa inovação. Em nosso laboratório de hardware, não desenvolvemos apenas melhorias nas impressoras que temos à disposição, como: troca da estrutura mecânica de acrílico para alumínio, o que aumentou significativamente a velocidade de impressão. Também a utilizamos para impressão de utensílios de organização do laboratório e caixas para produtos com circuitos eletrônicos, como o sistema de telemetria utilizado na nossa plataforma Exame Prático.

Projeto de caixa para circuito de Telemetria do Exame Prático
(Fonte: Acervo Vsoft)
Caixa do circuito de telemetria depois de impressa e montada
(Fonte: Acervo Vsoft)

Assim como nas impressoras de papel temos vários tipos de tintas para impressão, as impressoras 3D também possuem vários tipos de materiais. Os mais comuns são a base de plástico, e podemos citar como principais exemplos:

  • PLA (biopolímero ácido poliláctico): um polímero termoplástico feito com ácido lático a partir de matérias-primas que têm fontes renováveis, utilizando vegetais como milho, mandioca, beterraba ou cana-de-açúcar. Por ter origem em matéria orgânica, o PLA é biodegradável e, portanto, compostável e reciclável.
  • PETG (Polietileno Tereftalato Glicol): é um termoplástico adaptado do famoso plástico PET (tereftalato de polietileno). Porém, o PETG é mais resistente, durável e indicado para aplicações de altas temperaturas sem perder suas características.
  • ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno): trata-se de um polímero bastante utilizado por suas boas propriedades, como a resistência mecânica. Esse material é extraído a partir do petróleo.

Na impressão 3D, o filamento ABS é o material mais utilizado, juntamente com o PLA. Sua ótima resistência mecânica e térmica, e a facilidade do acabamento posterior, seja com lixa ou com tratamento com acetona, o torna uma grande opção.

Hoje, na Vsoft, optamos mais pelo uso do PLA, por ser um material seguro para o meio ambiente, adequado às nossas necessidades, e de fácil acesso. Eventualmente também fazemos uso do ABS e PETG.

Caixa organizadora para cartões de memória Modelada e impressa no laboratório 
(Fonte: Acervo Vsoft Hardware)

Para a impressão em 3D, assim como em uma impressora comum, é necessário ter o arquivo a ser impresso, chamado de GCode, obtido a partir de um programa conhecido como fatiador.

O fatiador transforma um arquivo modelado em um software de desenho CAD, como o Fusion 360 ou SolidWorks para um arquivo GCode.

Após a modelagem do projeto ter sido concluída, o arquivo de extensão .stl resultado desse processo é exportado para o fatiador, que irá interpretá-lo e gerar um arquivo com as orientações corretas em um formato que a impressora 3D consegue ler, contendo diversos parâmetros como caminhos que devem ser percorridos, velocidades, temperaturas e demais variáveis relevantes para o processo de impressão.

Confira como funciona o “fatiamento” e a impressão em máquinas 3D:

Desenho CAD desenvolvido pelos engenheiros da Vsoft para impressão
(Fonte: Imagem gerada pelo Autor)
Fatiamento do arquivo para geração de GCODE no Software Ultimaker Cura 5.0
(Fonte: Imagem gerada pelo Autor)
Imprimindo arquivo para montagem de produto interno “Simulador Exame Prático”
(Fonte: Imagem gerada pelo Autor)
Parte da Impressão concluída
(Fonte: Imagem gerada pelo Autor)

A impressão em 3D agiliza muito a tomada de decisão sobre o layout das placas de circuito impresso. 

Os métodos de montagem dos nossos equipamentos nos locais onde são necessários e principalmente a qualidade e estética dos nossos produtos Vsoft não são apenas entregues ao cliente final, mas também para as ferramentas internas.

Outro uso interessante é para a confecção de acessórios, ferramentas e utensílios de uso interno do laboratório, contribuindo para a organização do ambiente, otimizar atividades que realizamos no decorrer de todo o ciclo de pesquisa.

Você sabia que um dos maiores diferenciais da Vsoft é o investimento em pesquisa científica

Se quiser conhecer mais sobre a pesquisa de Hardware, acompanhe o nosso blog!

Author

Kleber Oliveira

Analista de Pesquisa Desenvolvimento de Hardware

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